terça-feira, 7 de julho de 2009

Motivos

Estava eu planejando reconstruir a minha vida. Terminar a faculdade, em outro curso mas terminar, conseguir um bom emprego com um bom salário, montar novamente a minha casa, comprar um carro.
Sai de casa no começo da tarde com a intenção de ver uma mostra. Peguei o caminho de costume até o ponto de onibus e fui andando tranquila até um motoqueiro me fechar e anunciar o assalto.
Voltei em estado de choque pra casa a qual não estava a mais de 100 metros do local. Era 2 h da tarde e eu não tive a liberdade de sair. O resultado do incidente foi uma síndrome do pânico.
Há males que vem para o bem. Cliché, mas verdade. Coloquei todos os meus planos em pauta novamente. Me dei conta que não era tudo aquilo que eu queria fazer realmente, pelo menos não aqui. Nunca gostei de São Paulo: tudo longe, sujo, caro, barulhento, lotado, congestionado. E interior é muito provincional. Desse paradoxo sempre tive em mente que morar em uma cidade grande de 1º mundo seria o melhor pra mim. Embora antiga a idéia de conhecer o mundo e morar em outra parte dele, sempre me faltou coragem. Do medo tirei a coragem para dar passos maiores.
Decidi ir pra onde e quando. Brisbane, agora. Cidade relativamente grande, limpa, etc, etc, que posso comentar depois. O problema era o agora. Foi a vendedora sensata de viagens de intercâmbio que me ajudou a me dar um tempo. Controlar minha natureza impulsiva.
Ainda tinha coisas que viver, aprender e conviver por aqui. Sem nada a perder, fazer de tudo para ter a vida que sempre quis.
indenpêndencia financeira. Não de mamãe e papai. Essa eu já tinha faz tempo. Do sistema. Não mais bater cartão de segunda a sexta, das 8 as 18 h, transito, rotina, e acima de tudo: chefe. Sem nenhum tostão fui atrás do que era possível fazer só com a criatividade e coloquei em prática. Cada dia vem dando mais certo.
convivência com a família. Algo que sempre deixei de lado. Não tinha mais tempo pra fazer isso. Cheio de obstáculos, maus intendidos, mas me esforcei. Talvez a questão com menos sucesso até o momento. Por sorte tive tempo de falar e ouvir o que eu queria a tempo, antes que a falta de vida fosse o impedimento.
3º Estar longe, sozinha e sem saber me comunicar? Nem. Pelo menos me comunicar eu deveria ser capaz. Nada que algumas horinhas de inglês por dia não resolvesse.
4º e mais difícil: não ter medo.

Agora é terminar os preparativos para a vida nova. Tudo planejado, mas sem pressa. Esperando que tudo saia o melhor possível. Cangurus e coalas: aí vou eu!